quarta-feira, 25 de março de 2009

Equipe: "A violência contra a mulher"



TEXTO


VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER


A mulher luta pela prática da igualdade de direitos entre homens e mulheres, porém ainda sofre com esse problema de forma mundial. Mesmo em países desenvolvidos é evidente a discriminação para com a mulher, independente de idade, grau de instrução e condição social.

São várias as formas que a mulher sofre violência, pois além da violência física e sexual, as mais conhecidas, existem também a violência emocional/moral, discriminação profissional, discriminação racial entre outras discriminações e violência do tipo religião, aparência, problemas de saúde física ou mental e etc. Sendo assim, não podemos ficar alheio a tudo isto ou passível sem tomar nenhuma providência para mudança. O que acontece é que a aceitação é ainda muito grande, pois a mídia tem o poder de divulgar a imagem da mulher como apenas um objeto e símbolo sexual. Aceitar tal fato é ser conivente com esta situação e contribuir para o aumento do índice da violência contra a mulher, sendo que a violência doméstica, aquela praticada pelo esposo ou companheiro, pai ou padrasto ou irmãos apresenta o maior índice de acordo com as pesquisas, onde entre 100 mulheres 25 sofrem violência física das quais 90% é dentro do ambiente familiar.

O papel da mulher é denunciar, libertar-se de tal prisão, reconhecer que ela tem condição para trabalhar, criar filhos, ser independente e ser feliz.

Mulher e homem guardam as suas diferenças, porém devem ter os mesmos direitos. A Constituição, a Lei Maria da Penha e Órgãos competentes trazem um apoio, porém a mudança deve ser cultural, ou seja, igualdade de direitos, respeito e valorização devem ser algo comum em nossa sociedade. Admitimos que a visão humana tenha evoluído muito da antiguidade para os dias atuais no que se refere ao papel da mulher na sociedade, contudo ainda precisamos crescer mais.



ENTREVISTA


Equipe: Daniela Alves, Joseane Figueredo, Josefa Lima e Lucimara Almeida



Perfil da entrevistada:


Nome: A.M.F.C.

Idade: 33 anos

Estado civil: casada

Escolaridade: 2° grau completo

Cidade: Salvador-BA

Bairro: Santa Cruz




Equipe: Para você o que é violência contra a mulher?

A.M.F. C: Acho que a violência contra a mulher é tudo que a agrida, a humilhe. Por que muitas vezes uma palavra machuca mais do que a agressão física


Equipe: As mulheres da sua família convivem com essa realidade?

A.M.F. C: Mais ou menos. Tenho uma tia que é casada a 25 anos e desde o início do casamento sofre agressão do meu tio... Meus primos já chegaram até a dar queixa dele e até mesmo ir pra cima dele, partir pra agressão mesmo... Mas não adianta! Na época que meu avô era vivo era tudo mascarado porque meu avô metia a colher mesmo, sempre procurava saber do motivo da briga, mas depois que meu avô faleceu ficou complicado, apesar da interferência dos meus primos.


Equipe: Você acha normal o marido bater na mulher?

A.M.F. C: Claro que não! Mas infelizmente é uma realidade pra mim. É algo que eu já espero por que é sempre sem motivo... E o fato dele ser alcoólatra contribui pra que as coisas aconteçam.


Equipe: O que você acha do ditado popular “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”?

A.M.F. C: É o ditado mais certo. Muitas vezes familiares ou até mesmo vizinhos, se mete em brigas de marido e mulher, e logo depois eles estão juntos de novo... Como já aconteceu comigo. Eu mesma já falei que iria denunciar meu marido várias vezes, mais não denunciei, não tive coragem.


Equipe: Quando uma mulher faz as pazes com o marido agressor ela esqueceu tudo que sofreu?

A.M.F. C: Não.


Equipe: Você sabia da existência da Lei Maria da Penha de proteção a mulher?

A.M.F. C: Mais ou menos. Já ouvir falar, mas não sabia que era para proteger a mulher.


Equipe: O que você como uma pessoa vítima de violência doméstica vem fazendo pra mudar essa realidade?

A.M.F. C: Nada. Por que eu dependo muito dele, meus filhos também. Se fosse eu sozinha já teria largado tudo... Mas não posso, por causas dos meus filhos. Não tenho como me sustentar, não trabalho, minha família também não pode me ajudar. Então tenho que viver agüentando as provações que a vida vem me dando.


Equipe: Em sua opinião, o que precisa ser feito para amenizar o problema da violência contra a mulher na sociedade atual?

A.M.F. C: Na verdade não sei. Mas acho que se tivesse um local, um abrigo em que a mulher e seus filhos ficassem até encontrar um trabalho, um novo lar, ajudaria muito.



2 comentários:

  1. As mulheres reconhecem que a agressão é muito mais que um gesto contra o corpo físico, mas entendem que a violência psicológica é tão desqualificadora quanto a agressão física. Importante que se perceba isso.

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  2. Outra coisa relevante: a dependência econômica e os filhos, em geral, são usadas pela mulher para justficar a sua subordinação ao agressor, mas, na verdade, não é. Ela já não percebe que ela está no círculo de agressão que não é crescente e linear. É circular e oscilante, daí a dificuldade de sair. Se fosse crescente e linear, ela já teria dado um basta.

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